Pelo Mundo Fora | Rio de Janeiro BRASIL
- Viagens de Saltos Altos
- 10 de fev. de 2019
- 3 min de leitura
Hoje partilhamos o testemunho de Teresa, com 28 anos, que em 2012 decidiu partir em busca de novas oportunidades fora de Portugal. Teresa fala-nos da sua experiência, do que custou deixar para trás, das vantagens que existem em partir e deixa um conselho para quem está na iminência de tomar uma decisão que provavelmente mudará a sua vida.
Teresa Rios partiu com apenas 22 rumo ao Brasil. O motivo que a levou a emigrar foi por acompanhar o seu atual marido, brasileiro, numa nova etapa da sua vida, mas a mudança – mesmo que por amor – foi bastante difícil. Para Teresa, o equilíbrio psicológico e emocional esteve ao rubro, sendo que deixar a sua família e os seus amigos foi, sem dúvida, a maior dificuldade. Entre expectativas e incertezas, o tempo trouxe-lhe uma reflexão sobre as coisas das quais ia abdicar. Dar mais valor às pequenas coisas, desde momentos com a família à própria comida da sua terra, foram mudanças que aconteceram com o tempo.


No primeiro ano, Teresa afirma ter sentido dificuldade. Foi para uma terra com uma cultura muito diferente, até a língua que, muitas vezes considerada igual, no início ninguém a conseguia entender, tendo que “abrasileirar” algumas palavras e falar mais devagar.
Sobre o povo em si, Teresa contou-nos que é um povo lutador, que nunca desiste. Que é também um povo muito festivo, descontraído e alegre. No entanto, ressalva que dentro do Brasil existem muitas diferenças, pela sua própria dimensão. No Rio de Janeiro, por exemplo, Teresa diz que existe uma cultura e uma forma de viver muito própria e, em São Paulo, já é outra bem diferente. Quando chegou ao Brasil, Teresa viveu uns meses em Curitiba, no sul do país, onde foi muito bem recebida e realmente amou viver.

Quando questionada sobre o nível de segurança que tanto se ouve falar nos meios de comunicação, Teresa confirma. No Rio de Janeiro a falta de segurança é uma constante no dia a dia. É uma cidade com mais de 17 milhões de habitantes, onde todos os dias há tiroteios em certas zonas da cidade. A mesma conta que a situação está tão complicada que criaram uma aplicação, a OTT – Onde Tem Tiroteio, para que antes de se sair de casa, se possa constatar onde está presente o perigo. Até à data Teresa nunca sofreu um episódio de violência, contudo, todos os dias vê na televisão e é um tema que está presente frequentemente em conversa entre amigos.

Emigrar para o Brasil não é o mesmo que emigrar para um país vizinho. A distância que separa este de Portugal é um problema, reduzindo a frequência/periodicidade que seria desejável viajar para fazer uma visita à família ou a amigos. Para além da distância entre si, que significam longas horas de voo, existe a dificuldade financeira. No entanto, com o avanço dos meios de comunicação, a distância entre as pessoas é um pouco aliviada.
A Teresa estuda enfermagem, estando agora no último ano do curso. Após 6 anos a viver no Brasil diz que será difícil voltar a Portugal, pelas ofertas e oportunidades que o Brasil tem para lhe oferecer a nível de emprego. No entanto, não descarta a hipótese de um regresso.
A quem pensa no Brasil como destino para emigrar, Teresa confirma que é um pais lindíssimo, com uma natureza incomparável, onde há muitas oportunidades de emprego.

Diz também que apesar do Rio de Janeiro ser inseguro para viver, não se pode negar que é uma cidade muito grande, a chamada "cidade maravilhosa". Pessoalmente prefere viver no Sul do Brasil, por ser tanto culturalmente, como a nível arquitetónico muito parecido com a
Europa e onde se encontram muitos emigrantes alemães, italianos e mesmo portugueses.
Testemunho escrito por Teresa,
editado por Viagens de Saltos Altos.
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